Uma onda de inaugurações marcará 2024 como o ano do luxo no Brasil. 

A grife de roupas espanhola Loewe irá inaugurar sua primeira loja no país no Shopping Iguatemi, em São Paulo. A Balenciaga, também espanhola, pretende abrir sua segunda loja por aqui. A joalheria americana Tiffany & Co. marcará presença no país com um novo espaço que, com dois andares e 450 m², será seu maior endereço na América Latina. Sem deixar de mencionar as recém-inauguradas casas brasileiras da Gucci, em Porto Alegre, da Louis Vuitton e Bulgari, em São Paulo, e o futuro ponto da Valentino, também na capital paulista. 

A pesquisa “A Nova Era de Crescimento do Mercado de Luxo: Pós-pandemia revela novas oportunidades”, encomendada pela Vogue e o Valor Econômico, trouxe dados relevantes sobre perfil e hábitos de consumo dos clientes, além da evolução e potencial de alguns setores do luxo no Brasil. O que vemos e parece interessante é que as marcas parecem ter entendido isso antes de nós: o mercado de luxo no Brasil é crescente e deve ser mais relevante ainda no ano que se segue.

De acordo com a pesquisa, o mercado de luxo brasileiro lucrou mais de R$74 bilhões em 2022, e a tendência é de crescimento. Os segmentos que mais prosperaram, de acordo com a Vogue Brasil, são de moda e artigos pessoais, como jóias e produtos de beleza, seguidos por imóveis e automóveis. O futuro é também promissor, com expectativas do mercado atingir entre R$110 bilhões e R$130 bilhões até 2030.

O comportamento, exigências e necessidades dos consumidores de luxo, porém, têm mudado drasticamente. Apesar da busca tradicional da qualidade e da exclusividade nos produtos e experiências, esses consumidores têm buscado outras vantagens, como conveniência, personalização e, principalmente, o propósito nas marcas consumidas.

A pesquisa mostra também tendências entre as empresas que estão sendo cada vez mais valorizadas pelas pessoas que as admiram: a jornada do cliente, que precisa ser cada vez mais personalizada nos pontos de contato com a marca; a descentralização do consumo, em que marcas vão até as pessoas, principalmente no Nordeste e Centro-Oeste; a relação das marcas com seus clientes por meio de canais digitais, garantindo engajamento, interação e conexão; e a sustentabilidade, pauta cada vez mais valorizada no mundo.

O luxo também tem se tornado uma ferramenta conceitual para aqueles que o apreciam: para alguns, o luxo é uma forma de encontrar conforto e conexão, um modo de garantir qualidade de vida, experiências genuínas e satisfação com a própria vida. Para outros, o luxo tem se tornado um investimento, principalmente em questão de fine art, considerado hoje um ativo patrimonial.

Com tudo isso posto em pauta, é evidente que o mercado de luxo tem se transformado significativamente, mas nem por isso tem diminuído. Muito pelo contrário: as novas buscas, novos conceitos, novas exigências e novos perfis de consumidores trazem a previsão de que o futuro do luxo, no Brasil e no mundo, é de relevância e evolução.