O futuro da arquitetura em Curitiba.

Por João Vieira Costa, arquiteto da Triptyque Architecture, renomado escritório franco-brasileiro que tem parceria com a incorporadora AG7

A Triptyque Architecture tem trabalhado há cerca de dois anos em Curitiba e a sensação que temos até o momento foi de que o mercado evoluiu. A capital paranaense, assim como outras regiões do país, passou por um período difícil devido à crise que o Brasil viveu, porém, na atualidade, a impressão que temos é de que o mercado está a reconquistar e com um apreço por projetos especiais.

O futuro da arquitetura em Curitiba está cada vez mais no que é novo. Na minha visão, os curitibanos terão uma expectativa e uma ansiedade por projetos diferenciados. Não haverá mais contentamento apenas com o “arroz e feijão da arquitetura”, será necessário um produto arquitetônico exclusivo e distinto.

Sobre o processo relacionado a esse futuro, eu acredito que cada vez mais o perfil do arquiteto que se esconde no escritório produzindo e desenvolvendo projetos, terminou. Hoje, o desenvolvimento da arquitetura é muito mais colaborativo. Existe uma necessidade de se “abrir o livro o máximo possível” para todos os envolvidos do projeto, para que todos possam contribuir com ideias e informações. Desde a imobiliária até os players locais, o incorporador, os potenciais clientes, a prefeitura. Esse novo processo vai simplificar ou descomplicar um movimento que muitas vezes parece ser complexo na arquitetura. E quando o processo é desenhado por todas as partes, o projeto só tem a ganhar com isso.

Em Curitiba, isso tem acontecido. O processo de trabalho da Triptyque na cidade tem sido extremamente gratificante e valorizado. A grande diferença que notamos em relação a outros estados brasileiros é que em Curitiba existe uma preocupação pela organização do processo em si. E esse é o método perfeito, pois nós investimos na organização processual da criação. Estamos muito felizes com a forma com que o trabalho em Curitiba tem sido desenvolvido.

Um dos nossos exemplos é o projeto do AGE 360. Eu acredito que ele será uma referência na cidade e no mundo por ser um projeto pensado a partir do seu conteúdo específico. O design dele em si é único e é consequência de um processo e estratégia de criação de um conteúdo muito forte. Nós gostamos muito desse projeto e a gente mostra-o sempre que possível por que além de gostarmos do design, explicamos que o design dele foi uma consequência natural do processo. Trata-se do processo colaborativo que acreditamos. Ele foi um case de uma colaboração muito específica e que funcionou muito bem. Para nós, o design não é só o traço, a criação, a pureza, a estética, o equilíbrio dos materiais, mas sim uma consequência processual com uma estratégia especifica para um projeto específico, como o AGE 360.