De uma coisa sobre nossa casa sabemos: não há lugar como ela. É para ela que voltamos todos os dias, onde nos sentimos confortáveis para sermos nós mesmos. É o nosso lugar do nosso jeito, adaptado conforme nossas necessidades, pronto para nos acolher quando precisamos.

Em diversas crenças culturais, espirituais e pessoais, a casa é associada a um espaço sagrado. Em algumas delas, inclusive, o sagrado se torna ainda mais explícito, como é o caso das religiões budista ou muçulmana, onde salas de oração são incorporadas na arquitetura como modo de criar um refúgio. 

Esses espaços de culto residenciais são inseridos em meio às atividades cotidianas e podem ocupar um quarto separado ou salas integradas a outros ambientes. Em sua maioria são lugares arejados e conectados com o exterior, simples e com poucos móveis. Em alguns casos, a sala de oração é conectada a espaços com plantas que envolvem o lugar. A iluminação natural é bastante utilizada e também são comuns janelas com vista ou aberturas para lugares externos.

Ao falar de espaços sagrados, também falamos de uma concepção bastante pessoal. Cada pessoa, com suas crenças e particularidades, possui seus rituais, sejam eles espirituais ou não. Por isso, nem sempre esses espaços estão ligados a uma religião. Precisamos entender que muito do conceito dos espaços de culto faz parte de uma busca por autocuidado, autoconhecimento e conexão. 

Quando reservamos um lugar ou espaço para ouvir música, ler um livro ou praticar meditação, estamos de certo modo dando um peso simbólico e ritualístico a nossa casa. Esses espaços podem ser importantes para nos conectarmos conosco e com o lugar. Por isso, a arquitetura se demonstra importante em criar ambientes para que os moradores se sintam identificados e seguros, mas principalmente que se sintam confortáveis onde estão. Afinal, nossa casa é também nosso lar, e dizem por aí que não há lugar como ela.