A primeira cidade mindfulness do mundo começa a ganhar forma no Butão

No Butão, um projeto urbano propõe um novo jeito de viver: mais presente e conectado ao que realmente importa. A Mindfulness City nasce com um princípio simples, mas transformador: e se o bem-estar fosse o ponto de partida para planejar uma cidade? Inspirada na filosofia da Felicidade Interna Bruta (GNH), que há mais de quatro décadas orienta as políticas públicas do país, a cidade está sendo construída para cultivar qualidade de vida de forma ampla considerando aspectos emocionais, espirituais, sociais e ambientais.

Assinada pelo escritório dinamarquês BIG (Bjarke Ingels Group), a cidade de Gelephu, no sul do Butão, ocupa cerca de 1.000 km² e foi projetada em harmonia com trinta e cinco rios e canais naturais, respeitando o traçado da paisagem e o caminho dos elefantes que habitam a região. Mais de 70% da área será mantida como floresta nativa, garantindo um ecossistema vibrante que respira com a cidade, não apesar dela.

O que se desenha é mais do que um espaço urbano. É uma nova forma de estar no mundo. Ruas silenciosas, templos acessíveis,corredores verdes, trilhas, centros de cuidado emocional e espiritual fazem parte de uma malha pensada para desacelerar. A pressa cede lugar à presença. O tempo volta a ter ritmo. Os estímulos diminuem, e a vida interior encontra espaço para emergir.

O que podemos aprender com esse projeto é direto e profundo: o silêncio pode ser planejado, o tempo pode ser respeitado e a cidade pode ser uma aliada, não um obstáculo, ao bem-estar. Viver bem não precisa ser exceção, nem meta futura. Pode estar no cotidiano, se os espaços ao nosso redor forem pensados com esse propósito.

É esse olhar que também inspira a AG7. Acreditamos que o bem-estar não é um detalhe; é base. E que a arquitetura tem o poder de criar não apenas lugares para morar, mas contextos que favorecem uma vida mais consciente e equilibrada.